Shiuuuuu......
(Às vezes tenho tanto medo do silêncio)
Passamos a vida toda entre barulhos, vozes, sussurros, ruídos, murmúrios, doces palavras, cacofonia.
No entanto, se nos deparamos com uma redução significativa do som que nos envolve normalmente, o mais provável é até estranharmos.
Sentimo-nos esquisitos.
Remeto-me, por exemplo, às idas à Terra Quente, em que ao anoitecer, os sons da Natureza se revelam e tomam conta do ambiente que nos rodeia.
Ao caír da noite, o silêncio envolve-nos como um manto na noite escura.
Aí começamos a deixar de ouvir seja o que fôr.
Passamos somente a ouvir a nossa respiração.
O bater do coração.
Prestes a adormecer, ouve-se uma fiel coruja numa árvore próxima.
O vento a ululular por entre pedras caminhos e montes.
As folhas das árvores, a bicharada nocturna.
(Às vezes tenho tanto medo do silêncio)
De facto não é silêncio TOTAL.
E é o que eu quero.
Silêncio total.
Isolo-me. Páro tudo. Tento, esforço-me e não consigo.
Só me oiço a mim própria, a cacofonia do meu pensamento.
Eu queria tanto o silêncio total por uns momentos.
Queria conseguir concentrar-me e alcançar aquilo que me falta há já tanto tempo.
Queria silêncio total para me lembrar e ouvir a tua voz, Mãe, a dizer-te "Amo-te tanto Filhota pequenina-grande".
E aí, quebraria o silêncio e dizia-te "E eu a ti Mim-Gôda!"
Talvez um dia volte a ouvir isto acordada.
Só consigo ouvir a voz da minha Mãe quando durmo, enebriada num sonho...
(Às vezes tenho tanto medo do silêncio)
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