Instabilidade estável
"A instabilidade sempre foi a única coisa estável na minha vida", disse-o uma vez.
Sempre fui instável. Emocionalmente entre picos muito altos ou muito baixos.
A minha vida também sempre o foi. Instável.
Constantemente a mudar de casa, de escola, de terra...
Como já "sabia" de antemão que iria sofrer com a mudança (como Tourona é uma coisa que eu detesto, mudanças....), nem sequer fazia um esforço para me integrar, pois mais cedo ou mais tarde sabia que que teria de dizer adeus...
Nunca tive um grupo de amigos.
Não sei o que é conhecer pessoas há dez, vinte, trinta anos.
Não sei o que é ter os mesmo professores durante toda a escola.
Não conheço o senhor do café ou a senhora da mercearia.
Não tenho raízes.
Nunca me vinculei a nada, sempre fui uma constante outsider mesmo em casa.
Em casa da minha Mãe.
Pois nunca assumi nenhuma casa em que morei como "minha".
Para grande desgosto da minha Mãe, nunca me senti em casa.
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Tudo mudou.
A maior mudança da minha vida aconteceu.
A pior mudança.
A mais triste e angustiante.
A mais inesperada.
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O que me fez ver a vida com outros olhos.
Agora sou eu quem quer estabilidade.
Anos a fio a fugir dela.
Agora quero agarrá-la como se não houvesse amanhã.
Quero parar, ficar, estar, viver.
Entrar, cheirar a minha casa e sentir-me aconchegada.
Sentir-me em casa.
Prenunciam-se tempos felizes...
Também já não era sem tempo................
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